Em depoimentos, acusados de matar empresário em Londrina afirmam que adolescente foi autor do tiro
Na audiência sobre a morte do empresário Rafael Martins, em setembro de 2018, os acusados admitiram a participação no crime, mas afirmaram que o disparo foi feito por um adolescente, apreendido em fevereiro deste ano. O menor responde a um processo separado.
O empresário, que tinha 48 anos, foi morto quando saía de um condomínio com a mulher. Os criminosos tinham a intenção de roubar o carro onde estava o casal, mas fugiram após o disparo contra a vítima, o casal não reagiu. O tiro atingiu a cabeça de Rafael Martins.
A audiência durou cerca de duas horas e trinta minutos e foram ouvidas testemunhas, a viúva do empresário, policiais e réus. Os dois respondem por latrocínio, que é roubo seguido de morte.
O réu Lucas Oliveira de Souza contou como a tentativa de roubo ocorreu. Enquanto Martiliano Bispo Pereira, outro réu, ficou no carro, ele e o menor desceram e renderam o casal.
“Fui até o banco do passageiro onde estava a esposa dele e o menor do lado do motorista. Abrimos a porta, fizemos todo aquele procedimento, pedimos para ele não fazer nenhum movimento brusco, colocar a mão do volante, não fazer nada que eu não mandasse. Do outro lado do carro vi tudo, ele [empresário] foi colocar a mão no cinto, não sei se o menor se assustou, e então disparou. A bala atingiu a orelha dele [empresário], e infelizmente acertou a minha boca. O Martiliano estava dentro do carro e ao ouvir o tiro começou a sair. Em nenhum momento queríamos matar a vítima, a gente só queria o veículo”, disse o acusado.
Depois, foi a vez de Martiliano contar como aconteceu o crime.
“Fomos para fazer um roubo, não tinha intenção de matar ninguém. Depois de tudo o que aconteceu, perguntei o que foi que ele [menor] fez, aí ele disse que se assustou com a reação do rapaz na hora de tirar o cinto e acabou efetuando o disparo. Falei com o menor porque ele tirou a vida de um pai de família”, pontuou o réu.
Os advogados que defendem Lucas de Souza e Martiliano Pereira disseram que ficou comprovado na audiência que o grupo tinha a intenção de cometer um roubo e não de matar, e quem assumiu o risco foi o autor do tiro, que foi o adolescente.
As defesas e o Ministério Público do Paraná agora tem prazo para apresentar as alegações e, só depois disso, deve ser divulgada a sentença.
Fonte:G1PR