Primeiro ano da pandemia marca paranaenses pela dor da distância e pelas saudades

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Um ano de incertezas, de dores e de isolamento. Paranaenses relatam os reflexos do que a falta do que deixou de ser vivido neste período causou na rotina. A palavra-chave: saudade, e o remédio: o tempo.

No Paraná, o número de casos e mortes por Covid-19 apresentam aumentos constantes, há um ano. Em 12 de março de 2020, os primeiros pacientes paranaenses eram confirmados com a doença.

Um ano depois, após dezenas de medidas restritivas criadas para conter o avanço da pandemia no estado, algumas memórias precisaram permanecer guardadas até que haja segurança para retomar a realidade de antes.

É o que comentou a enfermeira Daniele Fernandes, que trabalha há um ano na linha de frente no combate à Covid-19, em um hospital de Curitiba.

“Até me arrepio em falar de saudade porque é um sentimento que está todo mundo passando. Depois que começou a pandemia, eu nunca mais abracei a minha mãe, o meu pai, a minha filha da mesma maneira. (…) A minha filha às vezes quer um chameguinho da mãe, a gente deita, mas não junto sabe. É muito difícil”, disse.

Primeiro ano da pandemia marca paranaenses pela dor da distância e pequenas saudades — Foto: Arquivo pessoal/Giuliano Gomes PRPress/Getty Images

Em outra participação enviada, Suely Jovial, disse: “Sinto falta dos abraços, do cinema, da muvuca na praia, da igreja e até mesmo das calças 38, pois infelizmente, com essa pandemia, só temos ficado em casa e engordado”.

O período sem aulas presenciais, uma das medidas restritivas tomadas no estado, também marcou o primeiro ano de pandemia. Emocionada, a professora aposentada Dilza Leal comentou a saudade que sente do contato com os alunos.

“Tenho uma saudade muito grande dos meus alunos correndo, gritando, falando em voz alta pelos corredores do colégio. Melhores amigos que eu já tive em toda a minha vida. Não vou esquecê-los nunca!”, destacou.

A psicanalista e professora da Universidade Tuiti do Paraná, Iara Raittz Baratieri, comentou sobre a dificuldade de lidar com a perda, com o luto, com as saudades, e destacou a importância de buscar sempre aprender com o desafio da finitude das coisas.

“A saudade é poder relembrar aquilo que foi vivido. É importante que a gente não se utilize dela para fugir daquilo que é importante que a gente viva. Que a saudade venha resgatar memórias positivas, e não sirva como uma fuga da vida”, comentou.

G1PR

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