Inflação brasileira chega a 5% pela primeira vez em quatro anos, provável aumento da taxa

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BRASÍLIA (Reuters) – A inflação anual no Brasil subiu acima de 5% em fevereiro pela primeira vez em quatro anos, dados oficiais mostraram nesta quinta-feira, acima das expectativas dos analistas e quase certamente selando o aumento da taxa de juros na próxima semana.

O banco central já deveria entregar o primeiro aumento nas taxas de juros brasileiras desde 2015 em sua reunião de 16 e 17 de março. Os números mais recentes da inflação abrem a possibilidade de que possa até ser um aumento de 75 pontos base.

“O salto da inflação brasileira para 5,2% mais forte do que o esperado no mês passado torna quase certo que o Copom iniciará um ciclo de aperto na próxima semana”, disse William Jackson, economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, referindo-se à taxa do banco. comitê de definição conhecido como ‘Copom’.

“Embora tenhamos planejado um aumento da taxa de 50 pontos-base para 2,50%, esses dados tornam um aumento maior de 75 pontos-base cada vez mais provável”, disse ele.

A taxa anual de inflação ao consumidor em fevereiro subiu de 4,56% em janeiro para 5,20%, informou a agência de estatísticas IBGE, acima da mediana de 5,06% prevista em pesquisa da Reuters com economistas e a maior desde janeiro de 2017.

A meta do banco central para o final do ano é 3,75%, com uma margem de erro de 1,5 ponto percentual em ambos os lados. Muitos economistas esperam que a inflação continue subindo nos próximos meses e alcance um pico acima de 6% antes de diminuir.

A taxa mensal de inflação subiu para 0,86% em fevereiro, disse o IBGE, a maior para qualquer fevereiro desde 2016 e acima da previsão dos economistas de um aumento de 0,72%.

Oito das nove categorias pesquisadas pelo IBGE apresentaram elevação de preços em fevereiro, com alta de 2,28% nos custos de transporte, respondendo por quase metade do aumento global.

No segmento de transportes, os preços dos combustíveis subiram mais de 7% no mês, informou o IBGE.

A taxa de juros Selic, referência do banco central, foi mantida em baixa recorde de 2,00% desde agosto do ano passado. A última pesquisa semanal do banco com economistas na segunda-feira sugeriu que ele será aumentado para 4,00% até o final deste ano e 5,50% no próximo.

Reuters/Reportagem de Jamie McGeever; Edição de Toby Chopra e Nick Zieminski

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