De acordo com a Apra-PR, são cerca de 1 mil policiais afastados com atestados médicos.
Problemas psicológicos e psiquiátricos são responsáveis por 23% dos afastamentos médicos de policiais militares em atividade no Paraná, de acordo com a Associação de Praças do Estado do Paraná (Apra-PR), que representa os soldados da Polícia Militar (PM-PR) do estado.
De acordo com a associação, atualmente são cerca de 1 mil policiais afastados com atestados médicos.
Na manhã desta segunda-feira (14), uma policial militar afastada para tratamento psiquiátrico teve um surto e entrou armada em um carro, ameaçando se matar, em Curitiba.
Ela aceitou entregar a arma após cerca de duas horas de negociação, segundo a PM-PR. A policial foi encaminhada para o Hospital do Trabalhador.
“São alguns problemas, o próprio ser policial, as escalas muito apertadas de serviço e a falta de tratamento médico em relação aos distúrbios psiquiátricos, porque o policial é visto como herói, porque a pressão faz com que ele internalize mais este problema ao invés de buscar a solução”, afirmou a advogada da Apra-PR, Vanesa Santana.
De acordo com a associação, há 18 mil policiais militares em atividade no estado.
Avaliação médica
De acordo com a advogada da Apra-PR, há casos em que policiais militares afastados por problemas psicológicos são obrigados a voltar para o trabalho mesmo com atestados médicos.
Segundo a associação, um ato da Corregedoria-Geral da Polícia Militar do Paraná determina que após 15 dias de afastamento, o policial passe por uma avaliação de uma Junta Médica que pode homologar ou não o afastamento do servidor.
“Nem sempre essa Junta conta com um psiquiatra. Em alguns casos, o policial precisa voltar ao trabalho, mesmo com um atestado médico dizendo que ele precisa ser afastado”, afirmou Vanessa Santana.
De acordo com a advogada, o policial que desrespeita a norma de voltar ao trabalho pode ser preso por desobediência ou deserção, mesmo que esteja com o atestado médico.
“A nossa maior preocupação é que são pessoas com algum tipo de instabilidade emocional tendo que voltar a essa atividade”, afirmou.
G1