sábado, abril 20, 2024

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‘Bacurau’, a distopia brasileira contra o Governo de Bolsonaro

Kleber Mendonça Filho, diretor de ‘Aquarius’, esconde em um faroeste sua militante visão de um país vendido aos Estados Unidos. Novo longa do brasileiro estreia em Cannes

Quando em 2016 o brasileiro Kleber Mendonça Filho trouxe Aquarius a Cannes, ele e sua equipe aproveitaram o tapete vermelho para protestar contra a situação política no Brasil e o que descreveram como “golpe” contra a presidente Dilma Rousseff. “Sinto-me muito orgulhoso do que fiz na época”, recordou na manhã desta quinta-feira para a imprensa na apresentação de Bacurau, uma distopia extraordinária, um faroeste que se desenrola no sertão nordestino, um lugar do Brasil que raramente aparece no cinema.

Ali um grupo de norte-americanos se dedica alegremente a uma cinegética especial: a caça humana. O que não intuem é que os habitantes locais, ajudados por um alucinógeno, vão se erguer. Bacurau, uma cidade que na realidade não existe e uma palavra que se refere a um pássaro brasileiro, a alguém que sai sozinho à noite ou que tem pele negra, fala da rebelião contra as autoridades, da violência contra grupos LGBTI – um dos atores, o transexual Silvero Pereira, aproveitou a coletiva para enfatizar isso – e do crescente poder feminino. Como uma cebola, as camadas do filme vão do mero entretenimento ao drama político incisivo.

ElPaís

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