quinta-feira, abril 25, 2024

InícioPolíciaDono de moto diz não conhecer Edison Brittes

Dono de moto diz não conhecer Edison Brittes

Seis testemunhas de defesa dos réus no assassinato do jogador Daniel Corrêa Freitas foram ouvidas pela juíza Luciani Martins de Paula na manhã desta segunda-feira (1º). A nova etapa da audiência de instrução e julgamento sobre o caso acontece até a próxima sexta-feira (5) no Fórum de São José dos Pinhais.

A primeira testemunha de defesa a falar foi chamada por Edison Brittes. Celso Alexandre Pacheco, que está preso por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, era dono da motocicleta foi apreendida na casa da família Brittes.

Ele, que foi conduzido ao fórum sob escolta policial, disse que não conhece Brittes e que também não é amigo, nem parente, do réu. Pacheco contou que vendeu a moto e ainda tinha parcelas para quitar o financiamento. Ele afirmou ainda comprou a moto por R$ 51 mil e em 2017 deixou a moto para ser vendida em uma loja, por R$ 45 mil. Comentou que não sabia que a moto tinha sido vendida. 

Brittes ficou com a cabeça abaixada durante o depoimento de Celso. Ele trocou de roupa assim que chegou ao fórum. Estava de terno, camisa rosa e calça jeans. Entre os réus, era o único com roupas normais. Os demais estão com calça laranja e camiseta branca, roupa usada na unidade prisional.

Allana e Cristiana Brittes estavam algemadas pelos pés, com as mãos livres. Já Edison Brittes estava com as mãos algemadas. Eduardo Henrique da Silva, David William Vollero Silva e Ygor King estavam com algemas nas mãos e nos pés.

Policiais

Dois policiais militares que atenderam a ocorrência foram arrolados como testemunhas de defesa. Os depoimentos de ambos foram muito parecidos, sobre a cena do crime. “O corpo estava seminu, com o órgão genital decepado”, afirmou um dos policiais. “Nós apenas isolamos o local, os populares ficaram do lado de fora. Após o isolamento, acionamos a criminalística e o IML. Não questionamos se os populares tocaram ou não no corpo. Eu e o outro soldado acompanhamos quando o investigador chegou, ficamos até o recolhimento do corpo. Demorou umas duas, duas horas e meia até o corpo ser recolhido”, destacou uma das testemunhas. 

Foto com policiais

O terceiro a depor foi o Tenente da Polícia Militar Pedro Monteiro, que apareceu em uma foto com Edison Brittes e outros integrantes da polícia. Ele disse que foi candidato a vereador em 2016, em Curitiba, e estava em uma mesa de um restaurante com políticos e membros da segurança pública, entre eles o delegado Rubens Recalcatti, no momento em que a fotografia foi feita. O tenente afirmou que estava fechando um acordo de apoio político e não tinha apoio ou aliança com Recalcatti, mas o conhecia.

A testemunha afirmou que Brittes apareceu no local e era apenas conhecido de réu. “Eu faço parte de uma ONG, a gente arrecada dinheiro para fazer ações sociais. Patrocinei o Edson e a Cris, por Facebook, e eles doaram mantimentos para ajudar a gente nas nossas ações. Eles deram açúcar, fizemos muito algodão doce. Sempre estavam ali auxiliando”, explicou Monteiro. 

O PM ainda declarou que teve acesso ao réu no mercado que pertence à família Brittes. Ressaltou que Edison sempre estava com a mulher, Cristiana. Pedro afirmou ainda que o casal parecia ser “normal, eram atenciosos, sempre perguntavam se precisavam de algo”. “Família bonita”, descreveu. Ainda afirmou que não presenciou nenhuma anomalia no mercado e que sempre viu o estabelecimento como outro qualquer.

Monteiro afirmou ainda que Cristiana o ajudou a entregar mantimentos em ações sociais.

Gesseiro

Outra testemunha que prestou depoimento durante a manhã foi Vilmar Contegner, responsável pela instalação do gesso na casa da família Brittes. Ele afirmou que no dia do crime, na manhã de 27 de outubro de 2018, esteve na casa da família Brittes por volta das 11h, para levar os materiais. “Marquei que iria na segunda, mas precisei levar os materiais”, afirmou Vilmar. 

Segundo o gesseiro, ao chegar no local a porta da casa estava aberta e ele encontrou Edison, que o ajudou a descarregar o material. Vilmar disse também que antes de chegar na casa da família Brittes passou por Edison na rua, a cinco minutos da casa. Edison, no entanto, disse onde estava indo. 

O gesseiro contou ainda que acontecia uma festa na residência e algumas pessoas tentaram ajudá-lo, mas ele teve medo que quebrassem a mercadoria. O gesseiro afirmou que deixou os materiais na garagem da casa e saiu. “O clima estava normal de festa, sem odores e cheiros que lembravam drogas”, completou. Vilmar afirmou ainda que não entrou na casa e viu de longe que tinha uma festa. “Não vi o Daniel, não vi a Allana e nem a Cristiana”, afirmou. Ele disse que Brittes estava tranquilo e que tinha um rapaz, um “piá” no carro, que não foi reconhecido. 

O gesseiro contou que nunca soube qual era a função e profissão de Edison, mas sabia que tinha uma loja da “Gula”. Além disso, sempre recebeu em dia, que regularmente era chamado para trabalhar no local e nunca viu nada de errado na casa. Ele conhece Brittes há 10 anos.

Vizinho da família 

O último a depor na manhã o comerciante Douglas Silveira, que também era vizinho da família no bairro Guatupê e tinha um mercado. Ele contou que Edison comprou uma vodka de R$ 80, um pacote de gelo e uma caixa de cerveja na manhã do crime. Silveira disse que Edson chegou com um rapaz (David). Edison chegou para comprar as bebidas por volta das 8h. David ficou dentro do carro e Brittes perguntou a opinião sobre alguma bebida.

A testemunha afirmou que a passagem de Brittes pelo mercado nunca tinha sido pedida pela Justiça e que não tinha as imagens das câmeras. “Fiquei em silêncio, ninguém apareceu por lá também”, contou. 

Douglas afirmou que Brittes parecia nervoso, estava incomodado por alguma coisa, e que trocaram algumas palavras. “Nunca ninguém quis sobrepor ninguém, sempre foi normal”. Quando conheceu a família, Douglas contou que tinha um mercado na esquina da casa família, mas trocou de ponto por um mais longe. 

Colaboração Mateus Bossoni/Rede Massa


ARTIGOS RELACIONADOS

MAIS POPULARES