domingo, abril 28, 2024

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VFogo: conheça a plataforma tecnológica de vigilância de incêndios do Simepar

O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) está integrado à campanha de prevenção e combate a incêndios florestais lançada em maio pelo Governo do Estado por meio do Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) e Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE).

Desenvolvida pelo Simepar com softwares livres, o VFogo é uma plataforma de vigilância de incêndios e focos de calor, situados no tempo (horário) e no espaço, combinando dados estáticos e dinâmicos provenientes de tecnologias geográficas e de sensoriamento remoto.

O VFogo reúne três tecnologias convergentes de uso crescente nas ciências ambientais: sensoriamento remoto por satélites de alta resolução temporal e espacial, ambiente de processamento de alto volume de dados geoespaciais em diferentes formatos (Big Data) e modelos matemáticos de análise e aprendizagem construídos a partir de técnicas de inteligência artificial.

Ele combina diversas camadas de informações em interface webgeo com suas funcionalidades: escala, zoom e pan, entre outras. No subsistema de focos de calor, a relação de ocorrências fica disponível por alguns dias, indicando a fonte, data, hora, latitude e longitude. O subsistema de análise estatística apresenta gráficos do monitoramento diário.

Os dados são captados das imagens dos satélites Terra, Aqua, Goes 16, NPP e NOAA-20. As diferentes resoluções espaciais e temporais possibilitam monitorar tanto grandes extensões territoriais quanto áreas específicas. São acompanhadas as mudanças no uso e na cobertura do solo, as faixas de servidão, relevo e vegetação do entorno. Além dos mapas, o sistema conta com bancos de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) e do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O VFogo exibe as imagens de uma mesma área sob a perspectiva de diferentes composições. A composição “visível” ou “true color” permite a identificação de fumaça. A composição “infravermelho” destaca os incêndios. A composição “fusion” é uma combinação de ambas. Uma máscara de luminosidade aplicada às imagens noturnas evidencia os possíveis incêndios.

O sistema indica ainda o tipo de vegetação que está queimando: florestas, arbustos, pastagens e agricultura, por exemplo. Os dados dinâmicos são atualizados por rotinas automatizadas a cada cinco minutos, realçando as áreas em que as temperaturas estão altas. Essas informações ajudam a alimentar o Corpo de Bombeiros, que consegue atuar de maneira mais célere diante de incêndios florestais, dentro do escopo da operação Quati João.

Segundo o coordenador de Inovação do Simepar, Flávio Deppe, essa ferramenta identifica um incêndio praticamente em tempo real. “Do início ao fim, é possível acompanhar a direção, o sentido e a intensidade da ocorrência, com precisão sobre quando e onde começou, sua evolução, propagação e extinção. O sistema auxilia processos de tomada de decisão para a gestão em ambientes naturais, estruturas de transmissão de energia, empreendimentos de reflorestamento, áreas urbanas e entornos”, explica.

“Historicamente, a época mais propícia a eventos dessa natureza é o inverno, devido à baixa umidade característica da estação, mas muitos casos são registrados em outubro e novembro”, afirma o coordenador de Operação do Simepar, Marco Jusevicius. Segundo ele, a falta de chuva pode ou não estar associada à alta temperatura: “Com ignição, mesmo no frio, o incêndio se propaga, sendo também influencia do pela intensidade do vento”, explica.

AEN

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