terça-feira, abril 23, 2024

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Guaratuba entre as melhores no ranking nacional de tratamento de esgoto

Guaratuba é a segunda cidade paranaense de pequeno e médio portes melhor colocada no II Ranking Abes da Universalização do Saneamento: Rumo à Universalização. A melhor é Cornélio Procópio, no Norte Pioneiro.

Matinhos aparece na categoria seguinte (Compromisso com a universalização) e Paranaguá logo abaixo (Empenho para a universalização). As três cidades do litoral estão num lista seleta de 32 municípios do Paraná bem ranqueados.

A pontuação máxima do ranking é de 500 pontos. Na edição de 2018, de acordo com seus indicadores, os municípios foram reunidos em quatro grupos: Rumo à Universalização (pontuação acima de 489), Compromisso com a Universalização (de 450 a 489), Empenho para a Universalização (de 200 a 449,99) e Primeiros passos para a Universalização (abaixo de 200).

Guaratuba atingiu 497,67; Matinhos, 464,51; e Paranaguá, 447,34. As demais cidades são Pontal do Paraná, como 418,81; Morretes, 369,68; e Guaraqueçaba, 321,58. Antonina não está no ranking, que reúne 171 dos 399 municípios paranaenses.

Ao lado de Guaratuba, aparecem Campo Mourão, Cornélio Procópio e Ibiporã. Entre as grandes cidades na categoria superior estão Curitiba, Cambé, Cascavel, Londrina, Maringá e Pinhais.

O ranking é feito com base em cinco critérios: abastecimento de água, coleta de esgoto, tratamento de esgoto, coleta de resíduos sólidos e destinação adequada de resíduos sólidos. Foram avaliados 1.894 municípios que já têm atendimento com coleta e tratamento de esgoto, de acordo com dados de 2016 do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério da Saúde. Esses municípios representam 34% do total de municípios brasileiros e 67% da população.

Na categoria Compromisso com a Universalização, do Paraná foram classificados no ranking dos municípios de grande porte Apucarana, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Piraquara e Toledo; entre os municípios pequenos e médios, estão Campina Grande do Sul, Cidade Gaúcha, Joaquim Távora, Loanda, Matinhos, Nova Londrina, Paranavaí, Pato Branco, Porto Amazonas, Quatro Barras, Santo Antônio da Platina e Telêmaco Borba.

Na categoria Empenho para a Universalização, estão no ranking as cidades paranaenses de grande porte Almirante Tamandaré, Arapongas, Araucária, Campo Largo, Colombo, Paranaguá, Ponta Grossa e São José dos Pinhais. Entre as de pequeno e médio portes, 129 são paranaenses.

A média de atendimento com coleta de esgoto no Estado é de 72,5%, sendo 100% tratado. Conforme indica a Abes, a falta de saneamento e de higiene tem impactos significativos à saúde da população. Dados da Unicef apontam que a falta de saneamento é responsável por 88% das mortes por diarreia no mundo, segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. A Organização Mundial da Saúde traz diagnóstico similar, mostrando que 94% dos casos de diarreia no mundo são devidos à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário.

Mortalidade infantil – Em 1901, 25% das crianças brasileiras morriam antes de completar um ano de vida por falta de saneamento básico. Hoje, a mortalidade nesta faixa etária é de 1% e a causa da morte não são as condições de saneamento, segundo dados apresentados no simpósio da Abes pelo diretor de Planejamento e Meio Ambiente do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo, Sérgio Valentim. “Qualquer medida de melhoria em saneamento, ao longo da história, teve implicação direta na redução da mortalidade infantil”, disse.

Pesquisas – “Os impactos do saneamento na vida das pessoas são maiores do que a percepção que se tem sobre isso”, afirma Juliana Almeida Dutra, diretora de Projetos da Deep – Desenvolvimento e Envolvimento Estratégicos de Pessoas e Clientes e coordenadora adjunta da Câmara Temática da Abes de Prestação de Serviços e Relacionamento com Clientes.

Ela coordenou a pesquisa A qualidade do Saneamento Ambiental como fator de desenvolvimento social: saúde, que reúne entrevistas feitas nas cinco regiões do Brasil com mais de 4 mil moradores de áreas de alta vulnerabilidade social e dados do IBGE, SNIS e do Ministério da Saúde.

Segundo ela, o investimento em saneamento é fator de desenvolvimento social. “Quando a OMS fala que a cada R$ 1 investido em saneamento há a redução de R$ 3 nos gastos com saúde, ela refere-se aos gastos com internações hospitalares causadas por doenças de veiculação hídrica, mas há outros fatores de impacto na vida das pessoas causados pelo saneamento”, diz Juliana.

Ela afirma, por exemplo, que pessoas que são atendidas com saneamento básico têm mais oportunidade de emprego e de promoção social. “No público entrevistado, 100% das mulheres já faltaram ao trabalho algum dia para cuidar de alguém da família ou dela mesma por causa de doença relacionada à falta de saneamento”, diz. Ao considerar o custo de internação de R$ 355,00 pelo SUS, a economia gerada no País graças aos locais onde há saneamento é de R$ 1,4 bilhão ao ano.

Correio Litoral

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