sábado, abril 20, 2024

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No mesmo mês em que a conquista do Pico Paraná completa 80 anos, é sancionada em Antonina, a Lei que estabelece 13 de julho como Dia do Montanhista

Neste mês de Julho, completam-se 80 anos da conquista do Pico Paraná, que localizado na cidade de Antonina, é o maior morro do sul do Brasil e uma das paisagens mais bonitas do nosso estado. Foi em 13 de julho de 1941 que cinco aventureiros chegaram ao topo do morro, Alfredo Mysing, Benedito Lopes de Castro, Josias Armstrong, Reinhard Maack e Rudolf Stamm foram os responsáveis pela conquista.

Marcos Maranhão, é morador do município de Antonina, no litoral paranaense e um apaixonado pela natureza, o empresário conta que durante uma conversa com o lendário montanhista Vitamina, o mesmo expressou o desejo de criar na cidade o Dia do Montanhista, em homenagem a Reinhard Maack, Geólogo e Geógrafo alemão, radicado no brasil, no estado do Paraná, responsável pela primeira expedição ao Pico Paraná, 

“Naquela época as estradas eram ruins, não tinham muitas estradas, então eles pegaram um caminho por Campina Grande do Sul, que na época chamava-se Timbu, enfrentaram 14 dias de mata, sem saber o caminho, chegaram então no cume do Pico Paraná no dia 13 de julho de 1941”, conta Marcos Maranhão.

A lei foi aprovada pela Câmara de Vereadores em janeiro deste ano, quando o Prefeito de Antonina José Paulo Vieira Azim sancionou a lei estabelecendo 13 de julho, como o Dia do Montanhista. Em razão da pandemia provocada pelo covid-19, no ano de 2021 não foi possível a realização de um evento presencial em comemoração a data, mas o evento aconteceu de forma online, marcando o primeiro Dia do Montanhista em Antonina.

“Com a aprovação da lei, a nossa ideia era fazer um Festival da Natureza, com montanhismo, montanhistas da região, empresas relacionadas a segurança do montanhismo, food trucks, shows e atividades relacionadas a montanha e ao rapel, aqui na bahia de Antonina, mas esse ano ainda não foi possível, nós queremos divulgar o Pico Paraná, as trilhas os caminhos para que o ano que vem, com o controle da pandemia seja possível realizar um grande evento com presença da mídia, turistas e o Brasil inteiro, nós queremos ser conhecidos mundialmente como uma região de muitas belezas e atividades relacionadas a natureza ” destaca Marcos Maranhão. 

Julio Cesar Fiori, pratica montanhismo desde 1980 e é autor do livro “Caminhos Coloniais da Serra do Mar” de 2006, “Montanhismo de Final de Semana” de 2018, e o recém lançado “Puro Montanhismo” em parceria com o célebre montanhista Vitamina, onde, entre outros, descrevem a história da conquista do Pico do Paraná. 

Júlio conta que sempre foi um apaixonado pelas serras do mar, suas montanhas, baías, rios e que o Pico Paraná dos anos 80 foi a sua grande paixão. “A solidão da trilha e as paisagens deslumbrantes se alternando a cada curva e mirante atenuavam o esforço e faziam esquecer do cansaço, a primeira imagem nunca desaparece da lembrança, a primeira vez pisando no cume com meio Paraná a vista, das encostas do Purunã ao azul do mar se fundindo ao céu. É pura conquista do físico cansado e da mente exaltada, é a vitória sobre o medo da derrota”, exalta Júlio Fiori. 

Para subir o morro não é preciso ter um guia ou ser um montanhista profissional, basta assinar uma ficha cadastral no posto do IAT (Instituto Água e Terra) que fica no pé do morro,  o estudante Matias Maranhão conta que acompanhado de seus amigos, já subiu por quatro vezes o morro do Pico Paraná. 

A subida do morro não é considerada uma das mais difíceis de subir, mas é preciso o mínimo de preparação física, “ A trilha tem 8km e o percurso leva em torno de 7 horas, tem gente que sobe e acaba acampampando nos locais próprios que tem no meio da trilha, tem gente que sobe de madrugada para ver o amanhecer do Pico, mão tem uma regra”, explica Matias Maranhão. 

O Paraná está repleto de belas paisagens e morros com vistas exuberantes, os mais conhecidos são o Itapiroca, Pico Paraná e Caratuva, os mais altos do estado do Paraná, Caratuva na Serra do Ibitiraquire, é o segundo pico mais alto do sul do país, o Morro do Canal em Piraquara e Morro do Anhangava em Quatro Barras também são as principais escolhas dos aventureiros iniciantes. 

“O Pico do Paraná nos dias limpos e tranquilos de inverno tem o poder de despertar emoções conflitantes, instigar a autoanálise e clarear os pensamentos, mas que ninguém se engane com sua natural beleza rústica. É instável e perigoso, muda rapidamente de humor e ao menor descuido pode te matar.”  Alerta Júlio Fiori, que já subiu o morro mais de uma dezena de vezes. 

Para os amantes da natureza, a trilha é sem dúvida uma aventura que vale a pena, as horas de caminhada e o cansaço são imediatamente recompensados com a inesquecível vista cume, com meio Paraná a vista.

*Por Karina Mancini/Redação

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