sexta-feira, abril 26, 2024

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Após ameaça de massacre, campus da UFPR é arrombado e tem computadores furtados

Apenas um dia depois da ameaça de massacre aos alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que fez as aulas serem suspensas nesta quarta-feira (10), professores da instituição levaram um baita susto ao chegar para trabalhar na manhã desta quinta-feira (11). Eles encontraram pelo menos quatro salas do departamento de Geologia e Geomática, do Centro Politécnico, que fica no Jardim das Américas, arrombadas e bagunçadas.

O diretor do setor de Ciências da Terra, Alzir Felippe Buffara Antunes, contou que a cena era lamentável e que fez com que o medo só aumentasse. “Essa ameaça de ataque fez com que os alunos fossem embora e o prédio ficou vazio. Alguém aproveitou isso, porque a segurança já não é das melhores, entraram e reviraram quatro salas”, detalhou.

Segundo o diretor, foram furtados dois notebooks, mas o que mais chamou a atenção foi o vandalismo. “Porque reviraram muita coisa. Parecia que buscavam algo. Triste para um professor chegar cedo para trabalhar e encontrar uma cena dessas”.

Buffara contou ainda que as pessoas que entraram aproveitaram salas onde há certa fragilidade para arrombar. “Algumas costumam ser muito bem trancadas e, nessas, não entraram. Procuraram e escolheram as mais fragilizadas para invadir. Mas livros não levaram, né? Levaram notebook e arrombaram, meteram o pé em portas, por isso que caracterizamos mais como vandalismo”.

Se os invasores procuravam por alguma coisa especifica, o diretor não soube dizer o que era, mas avaliou que não encontraram o que queriam. “Se é que queriam alguma coisa que não só vandalizar e passar ainda mais medo na comunidade. Já estamos muito apreensivos com a situação da ameaça, porque não sabemos até que ponto é verdadeiro ou falso, e isso só piora a situação”, desabafou o diretor.

Conforme Buffara, assim que soube da invasão, a Reitoria da universidade tomou providências. “As pessoas precisam saber que o patrimônio público foi violado, mas também é importante falar que já estamos tomando todas as providências necessárias, tanto sobre a ameaça, quanto sobre a invasão”, comentou o responsável pelo setor de Ciências da terra, destacando que, embora ainda não se saiba quem foram os responsáveis (por ambas as situações), a Polícia Federal foi acionada e vai apurar.

Medo toma conta

Por causa da situação de invasão no departamento de Geologia e Geomática, as aulas foram parcialmente afetadas. Mas conforme o diretor, muito pouca gente foi até a universidade nesta quinta-feira. As pessoas não foram para a aula principalmente pelo medo da ameaça do dia anterior.

Pela manhã, ao passar pelo Centro Politécnico, a reportagem  encontrou funcionários (tanto terceirizados como da própria UFPR) com olhares temerosos. Poucos alunos circulavam pela universidade, mas entre as pessoas que lá estavam ficou visível o medo de que alguma coisa realmente acontecesse por conta da ameaça de massacre. “A gente nunca sabe se é alguém fazendo uma brincadeira ridícula ou se pode ser visto como verdadeiro, né? Então teve gente que nem veio para a aula e muitos amigos estão com medo de continuar aqui até que algo seja descoberto”, comentou um aluno, que preferiu não se identificar.

Procurada, a UFPR ainda não se manifestou sobre o assunto. Sobre a ameaça de ataque, a universidade acionou o setor de segurança da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), as policias Militar e Federal, além do Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber) da Polícia Civil. A universidade também destacou uma equipe de segurança para ajudar nas investigações.

TribunaPR



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