O Instituto Água e Terra (IAT) possui uma estrutura robusta para fiscalizar as bacias hidrográficas do Paraná, com suporte de estações de monitoramento, laboratórios, banco de dados e uma equipe técnica qualificada. Porém, para tornar o processo ainda mais abrangente, o arcabouço conta também com o apoio de uma parcela importante da população, que colabora com a coleta de dados em escala local. São os chamados observadores hidrológicos, membros da comunidade que fazem registros diários da altura da chuva ou nível dos rios em diversos pontos do Estado. As informações são encaminhadas mensalmente ao IAT, alimentando o monitoramento hidrológico do Instituto.
Atualmente, a rede conta com o auxílio de 434 observadores, distribuídos em diversos municípios paranaenses e selecionados de acordo com as necessidades de monitoramento do Instituto. Eles fazem a coleta de dados a partir de dispositivos como pluviômetros instalados perto das moradias, sempre seguindo critérios técnicos definidos pelo IAT.
“A atuação desses colaboradores garante a transparência das informações, fortalece a segurança hídrica e deixa um legado de dedicação e serviço à sociedade. É graças a esse trabalho que o Estado dispõe de séries históricas consistentes de chuva e vazão, fundamentais para o planejamento de outorgas, o monitoramento de secas e enchentes e a gestão ambiental”, explica a química da Divisão de Monitoramento do IAT, Ana Roberta Soares da Silva.
Há observadores que exercem a função de forma contínua há décadas. Esse é o caso de Ivone dos Santos Lima, de Turvo, na região Central do Estado. “Desde que o pluviômetro foi instalado na minha propriedade, 40 anos atrás, faço registros das chuvas que acontecem na região de manhã e de tarde”, diz, entregando o orgulho em poder ajudar o meio ambiente do Paraná.
Outra observadora hidrológica de longa data é Maria Alzira da Cunha Oliveira, que faz o monitoramento há 35 anos em Morretes, no Litoral. “Eu aprendi esse trabalho com a minha sogra, que foi observadora por mais de 20 anos. Era eu que verificava o pluviômetro quando ela estava fora. Quando ela faleceu, fiquei responsável pela função na nossa propriedade”, diz.
Maria acrescenta que, além de ajudar o Instituto, o monitoramento traz benefícios para a população local. “Com os dados do pluviômetro podemos saber em quais lugares chove mais, ou quando há chance de enchentes, algo que é bom para todo o Litoral, especialmente em Morretes, onde temos muitas plantações”, acrescenta.
Os dados da rede de monitoramento do Instituto estão disponíveis na seção de monitoramento do site do IAT. Há informações por estação de coleta e um mapa interativo com todos os pontos analisados pelo órgão .
GESTÃO – O IAT é o órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos no Paraná. O instituto atua na implementação de intervenções estruturais como obras para controle de cheias, combate à erosão, desassoreamento de cursos d’água e projetos de drenagem urbana de águas pluviais.
O órgão também tem a função de aplicar a legislação ligada à Política Estadual de Recursos Hídricos por meio de instrumentos como planos de bacias hidrográficas, autorização do direito de uso das águas, monitoramento da quantidade e qualidade das águas e sistema de informações sobre os recursos hídricos, visando o uso múltiplo das águas superficiais e subterrâneas do Paraná.
AEN/PR