Prefeitura nega instalação em unidade de conservação e garante preservação do Parque do Tabuleiro
A possível instalação de uma megaloja da Havan em Matinhos desencadeou polêmica e dividiu opiniões na cidade do litoral paranaense. O projeto ganhou repercussão após a visita do empresário Luciano Hang, no dia 29 de julho de 2025, para avaliar a viabilidade do empreendimento. Enquanto parte da população enxerga a loja como uma oportunidade de geração de empregos e movimentação da economia local, autoridades e entidades ambientais alertam para os riscos à preservação do meio ambiente.
O ponto de maior controvérsia é a área escolhida: o Parque Municipal do Tabuleiro, unidade de conservação destinada a proteger a biodiversidade da região e considerada uma das últimas áreas verdes de Matinhos.
Prefeitura nega cessão de área pública
Em nota oficial, a Prefeitura de Matinhos negou qualquer tratativa para a instalação da megaloja dentro do parque. O Executivo reforçou que não existe compromisso firmado com a Havan e assegurou que todas as decisões passam por trâmites legais. A administração municipal também destacou que irá cumprir integralmente a recomendação do Ministério Público do Paraná (MPPR), que pediu a suspensão do Projeto de Lei nº 045/2025 — proposta que prevê a redução da área do parque para viabilizar empreendimentos.
Críticas e alertas ambientais
Entre os críticos da iniciativa estão o deputado estadual Goura (PDT) e o deputado federal Tadeu Veneri (PT), que se manifestaram publicamente contra qualquer tentativa de avançar sobre a área de preservação.
Goura destacou que o impacto ambiental da proposta seria de 3,1 hectares e solicitou providências ao MPPR e ao Ministério Público Federal (MPF). Já Veneri chamou a atenção para os riscos climáticos e estruturais que poderiam resultar da supressão da vegetação, como alterações no escoamento das águas pluviais. Ambos reforçaram a importância da defesa da Mata Atlântica, bioma já severamente pressionado no litoral do Paraná.
Situação atual e impasse
Apesar de confirmar que Matinhos está entre os locais cogitados para novos investimentos, a Havan declarou que não há negociações formais em andamento. O empresário Luciano Hang manifestou descontentamento com o que chamou de “entraves ambientais”, defendendo que a população deseja empregos e oportunidades.
Do outro lado, a Prefeitura assegura que seguirá a legislação ambiental e não permitirá a redução ou desafetação do Parque do Tabuleiro. O caso expõe um impasse recorrente em cidades litorâneas: o equilíbrio entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental, que promete seguir como pauta central nos debates políticos e sociais do município.
Redação