quarta-feira, outubro 1, 2025

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Calor e tempestades: setembro encerra com temperaturas acima da média e chuva irregular

Setembro terminou com as condições do tempo características de primavera no Paraná. As temperaturas ficaram acima da média histórica para o período em quase todo o Estado, e metade das estações meteorológicas tiveram volumes de chuva dentro a acima da média, enquanto a outra metade registrou menos chuva do que o valor acumulado histórico para o mês. O balanço é do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).

O último dia do mês registrou temporais. Nesta terça-feira (30) o acumulado de chuva chegou a 40 mm na Lapa e passou dos 30 mm em cidades como Guarapuava, São Mateus do Sul, Santa Helena e Cruz Machado. Os anemômetros de 18 estações meteorológicas do Simepar registraram rajadas de vento acima de 50 km/h.

As rajadas mais fortes foram de 53,3 km/h em Apucarana e Campo Mourão; 50,4 km/h em Capanema; 69,1 km/h em Cascavel; 52,9 km/h em Cianorte; 50,8 km/h em Curitiba; 67 km/h no distrito de Entre Rios, em Guarapuava; 62,3 km/h em Fazenda Rio Grande e em Loanda; 58,3 km/h em Guarapuava; 57,6 km/h na Lapa; 51,5 km/h em Palmas; 64,8 km/h no Distrito de Horizonte, em Palmas; 54,7 km/h em Candói; 54 km/h em Santa Helena; 58 km/h em Santo Antônio da Platina; 56,9 km/h em Toledo; e 63 km/h em Ubiratã.

A chuva desde terça-feira (30) foi causada por um cavado meteorológico (sistema alongado de baixa pressão), que se formou no Paraguai e norte da Argentina e seguiu pelo sul do Brasil, entrando no Paraná pelas regiões Sudoeste, Oeste e Centro-Sul.

RAJADAS E TORNADO – Entretanto, estes não foram os temporais mais fortes do mês. O Simepar classificou um tornado categoria F1 entre as ocorrências do dia 22 de setembro em Santa Maria do Oeste. Naquele dia e no anterior, a passagem de uma frente fria sobre o Estado causou algumas das rajadas de vento mais altas das séries históricas de algumas estações meteorológicas do Simepar. É o caso de Ubiratã, que teve uma rajada de vento de 121 km/h – a mais forte já registrada desde a instalação da estação meteorológica na cidade, em agosto de 2017.

Altônia registrou uma rajada de 102,2 km/h no dia 22 – a mais alta desde maio de 2018, quando a cidade registrou uma rajada de 124,2 km/h. A estação meteorológica em Antonina registrou uma rajada de 70,9 km/h no dia 21 – a mais alta desde junho de 2020, quando a cidade registrou vento que atingiu os 83,5 km/h. Também no dia 21, Francisco Beltrão teve uma rajada de 85,7 km/h, a mais intensa desde março de 2018, quando a estação meteorológica do Simepar na cidade registrou 87,5 km/h.

MÉDIAS – Das 40 estações meteorológicas do Simepar com mais de oito anos de instalação, 15 ultrapassaram a média de volume de chuvas para o mês, e seis ficaram dentro da média, ou seja, com uma diferença pequena entre o volume registrado em 2025 e a média histórica. Na outra metade das estações, o volume de chuvas foi abaixo da média mensal (confira a lista completa abaixo), principalmente no Norte Pioneiro. 

Os destaques são Cornélio Procópio e Cambará, que já têm médias de volume de chuva baixas para o mês, e registraram valores ainda mais baixos. Em Cambará a média para setembro é de 80,8 mm e choveu apenas 11,2 mm em setembro de 2025. Em Cornélio Procópio a média é de 59,6 mm, e choveu apenas 9,6 mm no mês em 2025.

“A partir de agora, com o retorno de temporais e chuvas no Estado de forma um pouco mais frequente, aos poucos vai se recuperando o que faltou também durante o inverno”, informa Lizandro Jacóbsen, meteorologista do Simepar.

Já as temperaturas médias só ficaram abaixo da média histórica em Laranjeiras do Sul, que tem temperatura média de 19,7°C em setembro e registrou 18,4°C em setembro de 2025. As temperaturas mais baixas do mês foram registradas no dia 23 no Distrito de Entre Rios, em Guarapuava (1,1°C às 4h), Guarapuava (2°C às 6h), e em Palmas (2,1°C às 5h).

Apucarana, com 21,8º C, Cândido de Abreu (21,2°C), Paranavaí (24,1°C), Maringá (24°C) e Londrina, com 22,7°C, tiveram temperaturas médias em setembro de 2025 pelo menos um grau acima da média histórica para o mês. Em algumas estações, durante setembro de 2025, foram registradas as temperaturas mais altas do ano. É o caso de Cambará (37,4°C, às 14h do dia 30), Campo Mourão (35°C, às 14h do dia 20), Loanda (38,1°C, às 16h do dia 20), Maringá (36,1°C, às 14h do dia 20), e Ubiratã (35,9°C, às 14h do dia 20).

“A maior parte dessas chuvas foi por conta de passagens de frente fria a partir do início da primavera. Tivemos um sistema frontal que causou bastante chuva e também temporais no Paraná. As temperaturas se mantiveram acima do normal exatamente pela primeira quinzena estar com tempo muito seco nas regiões paranaenses. Na segunda quinzena as temperaturas amenizaram, mas as médias ainda se mantiveram um pouco acima do normal”, explica Jacóbsen.

Confira os volumes de chuva registrados:

Estação meteorológica / média para setembro / chuva em 2025 no mês

Altônia: 65,8 mm / 94,8 mm

Antonina: 145,6 mm / 138,4 mm

APPA Antonina: 97,5 mm / 131 mm

Apucarana: 103 mm / 69 mm

Capanema: 119,6 mm / 144 mm

Cambará: 80,8 mm / 11,2 mm

Cândido de Abreu: 128,8 mm / 89,8 mm

Cascavel: 130,8 mm / 129,8 mm

Cerro Azul: 101,3 mm / 47,6 mm

Cianorte: 77,4 mm / 96,2 mm

Cornélio Procópio: 59,6 mm / 9,6 mm

Curitiba: 122,3 mm / 70,2 mm

Distrito de Entre Rios, em Guarapuava: 139,4 mm / 179,6 mm

Fazenda  Rio Grande: 82,2 mm / 96,4 mm

Irati: 133,5 mm / 85,2 mm

Foz do Iguaçu: 105,3 mm / 119 mm

Francisco Beltrão: 139,5 mm / 126,6 mm

Guaíra: 111,5 mm / 96 mm

Guarapuava: 170,5 mm / 146,6 mm

Guaratuba: 150,3 mm / 106,6 mm

Lapa: 126,5 mm / 133,2 mm

Laranjeiras do Sul: 133,6 mm / 140,2 mm

Loanda: 60,1 mm / 32,6 mm

Londrina: 97,1 mm / 40,2 mm

Maringá: 92,6 mm / 50,4 mm

Palmas: 168,7 mm / 184,6 mm

Palotina: 120,4 mm / 126,8 mm

Paranaguá: 105,7 mm / 70 mm

Paranavaí: 102,2 mm / 33,2 mm

Pinhais: 117,4 mm / 50,6 mm

Pinhão: 136,0 mm / 128,4 mm

Ponta Grossa: 116,5 mm / 44,4 mm

Guaraqueçaba: 107,5 mm / 81,4 mm

Santa Helena: 119,3 mm / 167,8 mm

São Miguel do Iguaçu: 113,8 mm / 149,8 mm

Telêmaco Borba: 121,9 mm / 82,2 mm

Toledo: 137,4 mm / 152,4 mm

Ubiratã: 111,1 mm / 135,4 mm

Umuarama:  101,4 mm / 91,6 mm

União da Vitória: 149,2 mm / 121 mm

AEN/PR

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